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24/03/2013 21h52 - Atualizado em 02/05/2013 00h49
Depilação aumenta chances de contrair doenças
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CAROL PATROCÍNIO
Jornalista, passou por revistas impressas e pelos maiores portais do país. O interesse por escrever sobre sexo, comportamento e relações surgiu ao notar que essas informações poderiam melhorar a autoestima das mulheres e a percepção de si mesmas. Acredita que, muito mais do que prazer, sexo é autoconhecimento. Carol escreve no Preliminares desde dezembro de 2011.
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A crescente paranoia por retirar todos os pelos do corpo, principalmente os pubianos, já está dando sinais de perigo. Médicos dizem, há anos, que pelos são importantes para a proteção do corpo, mas agora começaram a mergulhar mais profundamente neste assunto.
Um trabalho francês, que será publicado no periódico Sexually Transmitted Infections, teve resultados preliminares assustadores. Mesmo com uma amostragem baixa, 30 pacientes, já obtiveram resultados alarmantes.
Ao buscar entender o aumento agressivo da contaminação de adultos por todo o mundo por uma infecção causada pelo vírus "Molluscum contagiosum" - que provoca manchas que se parecem com pérolas e é comum em crianças - os pesquisadores chegaram aos resultados de que dos 30 pacientes (6 mulheres e 24 homens) que visitaram a clínica com a doença sexualmente transmissível, 93% tinham retirado seus pelos pubianos. Lâmina (70%), tesoura (13%) e depilação (10%) foram os métodos utilizados.
Desses 30 pacientes, dez apresentavam verrugas, infecção bacteriana ou os dois problemas.
A conclusão preliminar é que a remoção de pelos pubianos aumenta o risco de contrair o vírus ou outras infecções de pele transmitidas pelo sexo. A explicação é que pequenos cortes na pele - que nem são percebidos, mas acontecem durante a depilação - são a porta de entrada para vírus e bactérias.
Especialistas sem participação na pesquisa, mas ouvidos pelo The Huffington Post concordam com a teoria. "O corpo tem uma série de mecanismos de defesa para evitar a infecção. Um desses mecanismos é a pele normal, saudável" explicou Robert Brodell, chefe de divisão de dermatologia da Universidade de Mississippi, nos EUA.
Para o chefe da divisão de doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins Bayview, Jonathan Zenilman, a problemática faz sentido. Ele ainda acrescentou que o vírus do herpes, por exemplo, é conhecido por ser mais transmissível quando há pequenos traumas na pele durante o sexo.
Outros fatores de risco para contrair doenças com ajuda da depilação são feridas abertas, compartilhar toalhas, lençóis e roupas íntimas.
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