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05/04/2011 23h14

Reação dos pais frente à hipótese de ter um filho com deficiência auditiva

Janete Judite De Conti Janete Judite De Conti

Graduanda em Psicologia pela URI Campus Santo Ângelo.
Pesquisa desenvolvida com orientação da Mestre em Psicologia Clinica, Daniela Pereira Gonzalez.

Quando um bebê é desejado, muito antes de sua concepção, os pais iniciam o processo de idealização deste filho, e quando ele não corresponde a estas expectativas, como por exemplo, carregando consigo alguma deficiência, passa a não fazer parte da idealização esperada pelos genitores. É necessário então, que neste momento os pais aprendam a lidar não mais com o bebê imaginário, mas sim com o bebê real.
Sabe-se que a relação da mãe com o bebê existe desde antes da gravidez, nas fantasias da mulher, relacionadas a possibilidade de ter um filho. Este processo, segundo Lebovici (1987), é chamado de vinculação de bebê imaginário. O autor ainda comenta que, durante a gravidez, há na mente da mãe a formação de três bebês. Um bebê edípico resultante da própria história edípica infantil da mãe, o qual é considerado o mais inconsciente de todos e acompanhado dos desejos infantis desta mulher. Esse seria o bebê da fantasia. O outro bebê, segundo o autor, seria o bebê imaginário, construído durante a gestação, o bebê dos sonhos diurnos e das expectativas, o produto do desejo da maternidade. Por fim, o terceiro é o bebê propriamente dito, aquele que a mulher segurará nos braços no dia do nascimento.
Farber (1976) comenta que quando uma mulher está grávida, os pais esperam com muita ansiedade a criança, e ao saber que esta possui alguma deficiência, os mesmos enfrentam duas crises principais. A primeira é um tipo de morte simbólica, ou seja, a decepção dos sonhos, dos objetivos e desejos que gera uma série de reações, uma ferida dolorosa que para cicatrizar precisa passar por etapas de choro, desespero, frustração, raiva, rejeição e sentimento de culpa até chegarem à aceitação. Já a segunda se relaciona aos cuidados com a criança, ou seja, uma alimentação saudável, equipamentos caros, tratamento e isso acarreta gastos financeiros elevados, além de enfrentar ainda discriminação, rejeição e muitos constrangimentos.
Na busca em verificar a compreensão de como foi a mobilização da família para propiciar o desenvolvimento desse filho (a) com deficiência auditiva, investigar como ocorreu a chegada da criança na família e analisar os sentimentos atuais dos pais com relação ao filho portador desta deficiência, bem como suas expectativas com relação ao futuro deste filho, foi realizada uma pesquisa qualitativa, na qual foram entrevistadas quatro mães de crianças portadoras de deficiência auditiva com idade entre quatro a dez anos residentes no município de Santo Ângelo.
Como resultados da pesquisa citamos a união dos membros da família no que se refere a descoberta da deficiência auditiva da criança, sendo que  a maioria das mães relatam terem descoberto a deficiência após um ano de idade. Houve também mudança no contexto familiar após a chegada de uma criança especial. Também houve significativo atraso no desenvolvimento da criança portadora de deficiência auditiva, tanto cognitivo quanto fisicamente. Outro resultado obtido refere-se a comunicação com o filho, onde as mães colocam que ocorre através da LIBRAS, gestos ou fala, sendo que em todos os casos há o estimulo dos pais. E por último citamos que há por parte dos pais expectativas, desejos e anseios de um futuro com bom desenvolvimento pessoal e profissional, apesar da deficiência auditiva dos filhos.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

muito enteresante estes de´poimentos das maes continuem com estes testos quese aprendemuito beijos

araci - 07/04/2011 16h01

 

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