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25/08/2024 00h57
EU GOSTO ASSIM, AMOSTRADINHO
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Paulo Schultz
Professor
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Conquistar mais vitórias nas disputas por prefeituras nas eleições deste ano.
Tanto o PT, quanto a esquerda de modo geral.
Algo que vale tanto para as capitais, quanto para as grandes e médias cidades, assim como para as cidades pequenas e as bastante pequenas pelo interior do país.
Não é uma tarefa fácil, dada a conjuntura de polarização com a extrema direita bolsonarista, que contamina o país todo.
E dado que, em boa parte dos municípios brasileiros, a direita tradicional ( e mesmo o centro político) tem se alinhado ao bolsonarismo, isolando a esquerda.
Isso tem formado cenários locais diversos.
Cidades onde PT e outras forças de esquerda fizeram composições com o centro político, cidades onde há composições com parte da direita tradicional, e cidades onde o PT ou outra candidatura da esquerda formaram chapas puro sangue.
Não dá para dizer que a opção tomada nos municípios com chapas onde o PT ou a esquerda compôs com o centro seja a correta.
Não dá para afirmar, mesmo que se torça o nariz olhando de fora, que nos locais onde a esquerda compôs com parte da direita tradicional, isso seja um equívoco medonho.
Assim como não se pode afirmar que chapas puro sangue de esquerda sejam um equívoco suicida.
Tudo depende do contexto local, dos cenários que se apresentam em cada município.
Há cidades onde a polarização da esquerda com a extrema direita se mostra de maneira explícita, bem demarcada.
Em outras, isso aparece de maneira mais turva e indireta, dadas as composições eleitorais.
Mas o fato é que tanto o PT, quanto o conjunto das esquerdas precisam de muita ousadia, muito ímpeto, e estratégia eleitoral certeira para conquistar o máximo de prefeituras possível este ano.
Isso não é só por conta de estabelecer formas diferentes de governar os municípios, focadas numa inversão de prioridades , no alcance da cidadania para todos, e na melhoria da vida sobretudo para aqueles que mais precisam da coisa pública.
Diz também respeito a um projeto nacional de país, de reforço e lastro político ao projeto soberano e popular que representa o governo Lula e sua continuidade.
Diz respeito a achatar a força política da extrema direita, sobretudo a extrema direita bolsonarista.
Diz respeito a avançar em bases populares para que se possa superar o modelo neoliberal que mina, sabota e age para delimitar e ditar a linha das ações do Governo Lula.
É com o máximo de ocupação de espaços locais de poder, e com uma base social ampliada e coesa que estas duas coisas podem acontecer.
O fato é que, tanto o PT, quanto os demais partidos de esquerda, precisam se colocar de peito aberto nas disputas locais.
Candidaturas certeiras, ousadas, afirmativas, combativas, que apontem para o caminho da cidadania, de ter o poder público para todos, mas voltado para quem mais precisa.
E onde houver chapas puro sangue, que todas estas características acima sejam reforçadas por aquele espírito corajoso e imparável de derrotar o poder econômico local.
Porque, para ser esquerda, seja PT, PSOL, ou qualquer outra sigla deste campo, é preciso ter coragem sempre.
Genuinamente de esquerda é ser assim... "amostradinho".
Boa luta .
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Comentários
1les2j
9jvriw - 19/10/2024 18h14