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sexta-feira,27 de dezembro de 2024

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24/02/2024 18h56

Diz prá mim

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Em torno de 30 mil palestinos mortos até aqui, pela ação genocida do governo de Israel. Uma carnificina.
 
Destas vítimas, mais de 12 mil crianças. 
Mais de 8 mil mulheres.
E outros milhares de inocentes, incluindo também idosos.
 
Para além dos mortos, milhares de feridos e mutilados, adultos e crianças, que irão carregar limitações e sequelas físicas, intelectuais e emocionais por uma geração inteira. 
 
Milhares de crianças órfãs de pai ou de mãe, ou de ambos.
 
Cidades em ruínas, escombros, destruição, cheiro de fósforo branco das bombas disparadas, e odor de morte e corpos em decomposição no ar.
 
Um povo que foi sendo expulso a partir do norte de Gaza e se acumula em tendas ou instalações insalubres em Rafah, onde antes haviam em torno de 250 mil pessoas, e agora se espremem 1,5 milhão.
 
Estão no limite final de Gaza. Dali não têm para onde ir. Estão na fronteira com o Egito.
 
O atendimento médico, o sistema de saúde como um todo, já colapsou faz tempo.
Não há medicamentos, não há condições sequer de anestesia para cirurgias de emergência e partos.
Os hospitais foram bombardeados e invadidos, lembremos. Médicos foram mortos e doentes fuzilados sumariamente.
 
A fome fustiga e desespera, e faz adoecer e morrer por inanição.
 
A ajuda humanitária enviada é impedida de chegar pelo exército de israel, quando não é também bombardeada. 
A ordem é matar por bomba, bala, fome, ou doenças .
 
Um morticínio intencional.
 
Quer a expulsão ou a dizimação dos palestinos de Gaza. E sua ocupação posterior por colônias, sobretudo de sionistas - a linhagem judaica que detém o poder em Israel atualmente.
 
Tudo isso ancorado na narrativa da autodefesa israelense e da ofensiva para combater o grupo terrorista Hamas.
 
Lembremos do gatilho que começou isso tudo - o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro passado, quando em torno de 1200 israelenses foram mortos, e cerca de 240 foram sequestrados e tornados reféns.
 
Foi o gatilho.
E também o álibi perfeito que Netanyahu ganhou para poder iniciar a destruição e o morticínio.
 
Quadro atual explicitado e justificado...vamos enxergar o óbvio.....
 
A justificativa de tudo é o Hamas... não é ?
Então...
 
Há foto ou vídeo mostrando um combate, pequeno que seja, entre o exército de Israel de um lado, e membros do Hamas do outro, desde que Gaza vem sendo bombardeada ?
Me mostrem um.
 
Há estatística oficial divulgada, matéria jornalística, ... informando quantos membros do Hamas foram capturados ou mortos pelo exército de Israel até o momento ?
 Apenas informações vagas, sem checagem de veracidade.
 
Os temidos túneis do Hamas....tem algum registro de foto ou vídeo..de sequer um membro do Hamas que tenha sido capturado pelos soldados israelenses em um deles? Não tem.
 
Sequer se sabe se os membros do Hamas ainda estão no território palestino, ou fugiram.
 
O óbvio, aqui, é que, de um lado há um exército potente e letal, e do outro uma população apavorada e indefesa tomando tiro e bomba, simples assim.
 
Uma guerra ou conflito pressupõe duas forças lutando, mesmo que sejam desiguais.
Me mostrem  um registro de imagem, em Gaza, onde há duas forças combatendo.
 
É um álibi perfeito. 
 
Plantar na cabeça das pessoas ódio e temor de um grupo que, é um grupo armado terrorista, mas que nestas alturas é um fantasma...um monstro oculto que causa pavor e medo...e que serve como fator principal de justificativa da ação genocida planejada.
 
Assim como serve como justificativa de apoio e aceitação, de parte pequeníssima da população mundial, do morticínio de milhares de palestinos, sobretudo crianças e mulheres.
 
 Para estes, tudo é tolerado e aceito - matar milhares de civis e inocentes ....destruir casas...hospitais ...escolas... bombardear cidades inteiras.....impedir ajuda humanitária de chegar aos palestinos (para que propositalmente sofram com fome e sede, e adoeçam por inanição....para que doentes não tenham condições médicas de serem tratados e curados).
 
Toda a barbárie cruel ...apoiada, tolerada, aceita pelo narrativa do medo, da subjugação étnica, ou por motivos religiosos deturpados do tipo "Israel é o povo escolhido de Deus, portanto o que cometerem de atrocidades não importa, está justificado por serem o povo "escolhido".
 
É isso. Cruamente é isso.
 
O conceito estabelecido pela ONU, e mundialmente acordado, para tipificar genocídio, contém tópicos..e todos eles estão presentes na ação de Israel em Gaza.
 
- Deliberadamente matar crianças e bebês, e mulheres grávidas, para impedir que uma geração futura possa acontecer.
- Destruir os lugares, moradias, para que as pessoas não mais possam voltar....
 - Realizar execução sumária de civis ,com tiros na nuca ou nas costas...
- Torturar, humilhar civis em condições degradantes....
 
Isso tudo está presente na ação de Israel.
 
O mundo precisa fazer Israel parar. De forma sumária.
 
O movimento que Lula fez foi ousado, foi certeiro e foi o movimento de um líder mundial que tomou a dianteira, de colocar o baralho na mesa, para que as outras lideranças do mundo saiam das suas conveniências silenciosas, e se posicionem contra ou a favor o que acontece em Gaza.
 
E pelo que vimos nos decorrer dessa semana, a grande maioria das nações do mundo quer o cessar fogo em Gaza e o fim das mortes e destruição, quer que os crimes contra a humanidade, cometidos pelo governo de Israel, sejam levados à Corte Internacional de Haia, e sobretudo, quer que o povo palestino tenha direito a um estado livre, soberano e reconhecido, para que possa determinar o seu destino, para que possa ter o seu direito de existir.
 
Sim, o governo sionista de extrema direita de Israel , chefiado por Netanyahu, comete genocício em Gaza.
 
Uma carnificina bárbara.
 
O Hamas, em que pese ser um grupo terrorista, e seu ataque em outubro passado, foi o álibi perfeito.
 
O resto é narrativa e crueldade de um lado, é destruição, dor e morte do outro.
 
O que precisa ser interrompido. De imediato.

 

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