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18/06/2022 22h46 - Atualizado em 18/06/2022 22h56
Jogo perdido? Querem melar a partida
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Paulo Schultz
Professor
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Segunda quinzena de junho.
Inflação, fome, desemprego, carestia, miséria, gasolina, gás de cozinha e óleo diesel com preço batendo nas alturas, preços dos alimentos com viés de alta.
Esse é o quadro do momento no país.
Em três meses e meio teremos o primeiro turno da eleição para presidente.
Dezenas de institutos de pesquisa tem apontado continua e semanalmente na mesma direção: Bolsonaro vai perder a eleição.
Seja no primeiro turno, ou seja no segundo, não há politica e matematicamente possibilidade de vitória.
Em reforço a essa tendência, considerando esse período de três meses e meio até 2 de outubro, não há possibilidade de reversão da atual conjuntura social e econômica do país.
Também não há distração de pauta, nenhum espetáculo ou declaração grotesca, e nem uma parafernália massiva de mentiras amedrontadoras que possa reverter esse sentido de derrota do capitão Messias.
A despeito de todo o seu transtorno mental, o que poderia turvar sua percepção da realidade, Bolsonaro sabe disso.
Sua situação é idêntica à de um time que está perdendo de 3 a 0, e tem apenas 10 minutos restantes de jogo para, milagrosamente, tentar virar o resultado.
É sabido: não vai virar.
Sabendo disso, e temendo as consequências de se tornar, a partir de janeiro de 2023, um simples cidadão brasileiro mortal, sem as proteções e prerrogativas do cargo de Presidente, Bolsonaro berra, vocifera, ameaça e esperneia.
Seu maior medo é muito simples: ser condenado e preso por conta das atrocidades cometidas em seu mandato.
E por conta deste medo, sabendo que o jogo está perdido, ele parte para uma postura radical de esticar a corda do conflito e das ameaças para ver até onde a plateia apenas assiste, e como ela reage.
O capitão é o time perdendo de 3 a 0 que, estando liquidado no campo, parte para a agressão, pontapés, cuspes, cotoveladas, xingamentos e provocações, peitar e ameaçar o juiz, afrontar a torcida adversária, e, no limite, buscar criar um tumulto que seja tão forte que provoque a interrupção, a suspensão, ou a anulação do jogo.
Tudo isso pode parecer muita valentia.
Mas na verdade é um medo medonho, de quem sabe que deve, e deve muito.
Não é só uma questão de encontro com a história do país.
É uma questão de punição pela destruição realizada em vários aspectos da sociedade brasileira.
Ele vai incomodar.
Vai tentar melar a partida.
Vai atiçar sua torcida fanática.
Vai fazer o diabo, e incomodar como tal.
E só vai sossegar quando, após agir como um demônio da Tasmânia, perceber que se render e admitir a perda pode ser menos danoso para si.
É o quadro que está pintado para ser vivido até o final do ano.
Vençamos o jogo, e resistamos à fúria dos derrotados.
Depois de tudo isso, dias melhores virão.
Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente
a opinião do portal.
Comentários
Muito bom, mostrando o jogo a vivo, sem a necessidade de um juiz.??????
Celita Maria klock - 21/06/2022 07h00
Eu afirmo ,enquanto essa quadrilha estiver na presidência da República. SÓ nos resta aguardar as eleições....Fora quadrilha bosonada
Nadir Zimmermann - 19/06/2022 22h23
Estamos na torcida. Somos milhões e conscientes de todas as parafernálias que o derrotado fará para não perder o jogo, resistiremos com nossas armas que são de esclarecer, e lembrar o que foram as conquistas dos governos de Lula, com muita paz e tranquilidadede...
Laurecy Ribeiro - 19/06/2022 08h05