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04/06/2022 22h20 - Atualizado em 04/06/2022 22h44

É preciso se livrar dos governos do Centrão gaúcho

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor

Após o final oficial da ditadura militar, em 1985, o Rio Grande do Sul teve 9 governos estaduais eleitos.

Os dois primeiros foram rescaldos do período militar - um deles, consequência de um período político anterior a este.

Falo de 1986, com a eleição de Pedro Simon, liderança do MDB na época, oposição ao partido da ditadura, a Arena.

Depois, em 1990, com a eleição de Alceu Collares, do PDT, na esteira do brizolismo, ainda forte na época, no Rio Grande do Sul.

Estes dois governos trouxeram, junto consigo, uma espécie de conclusão de um período político pré e pós ditadura militar.

A partir de 1994, então, se estabelece um novo ciclo na vida política gaúcha.

Um período polarizado entre forças de centro, circundadas pela direita, e o campo da esquerda, tendo o PT à frente.

Neste enquadramento, tivemos sete eleições para o governo gaúcho, de 1994 até 2018.

Foram cinco vitórias do centrão gaúcho, apoiado pela direita.

E duas vitórias do campo popular de esquerda, com o PT (Olívio em 1998, e Tarso, em 2010).

Mais do que um simplório e superficial antagonismo partidário, o que marca estes dois campos é uma profunda diferença ideológica e uma concepção bem acentuadamente diferente de sociedade, e de Estado.

Os governos populares do PT se propuseram a desenvolver o Estado a partir de uma visão e de políticas públicas que consideravam a micro, pequena e média iniciativa (além da iniciativa solidária e cooperativada); a valorização do serviço público ( de seus servidores e suas instituições), para que este dê conta de atender bem as demandas da maioria da população gaúcha ; o respeito às vocações microrregionais; o indicativo de atenção em regiões social e economicamente deprimidas do Rio Grande do Sul ; o estímulo à participação popular e cidadã nas decisões de governo. Porém, a hegemonia de vitórias e governos do centrão gaúcho (cinco de sete), iniciada em 1994 com Antônio Britto (MDB), é majoritária, e deixou, e deixa, marcas negativas profundas na sociedade gaúcha, sobretudo, a partir do setor público. 

Tanto nos governos do MDB, quanto nos governos do PSDB ( onde, aliás, os dois partidos estiveram juntos governando, somados de outras forças do centrão gaúcho e da direita gaudéria), o que se viu foi majoritariamente a execução de uma pauta de governo de natureza neoliberal. 

Vender, privatizar, extinguir , reduzir. 

Encolher o serviço público, maltratar o funcionalismo, diminuir a prestação de serviços públicos necessários à maioria do povo gaúcho. 

Foi assim com Britto, foi assim com Rigotto, foi assim com Yeda, foi assim com Sartori, e está sendo assim com Eduardo Leite. 

É a vaneira de uma nota e uma letra só. 

Não sei se é só a obediência servil à Agenda 2020 da FIERGS, à RBS e outros da grande mídia gaúcha, ou o atendimento de interesses escusos de corporações, interessadas em adquirir estatais lucrativas e estratégicas, ou seja talvez desprezo ideológico com aqueles que ocupam função pública como funcionários de carreira, mas o fato é que essa gente toda do centrão gaúcho tem causado um estrago enorme na sociedade gaúcha, sobretudo no setor público. 

O dado concreto é que temos uma eleição novamente em outubro.

E novamente teremos os mesmos campos antagônicos disputando o comando do governo gaúcho.

Dados os resultados objetivos expostos acima, e considerando o interesse da maioria, é imperativo que se tome uma opção.

Que nos livremos do Centrão gaúcho e de seus governos. 

Não só pelo setor público, pelo serviço público, mas pelo conjunto da sociedade gaúcha.

Se o Centrão nacional é uma coisa indigesta, o centrão gaúcho pode parecer até mais polido ou requintado, mas é igualmente prejudicial para a maioria da população do Rio Grande do Sul.

Vassoura de palha neles.

A saída do Palácio Piratini lhes cabe muito bem. 

Coisa de fundamento, tchê !

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Exatamente, o centrão gaúcho está cada vez mais voraz na destruição do nosso Estado.

Noemi de Araújo Bauer - 06/06/2022 17h44

É histórico a elite gaúcha e as mídias vendidas não se preocuparem com o povo e viverem p si mesmas. Consequência - trabalham p manter suas posses e o povo q se lasque. O orgulho besta contribui p manter o cabresto popular.

Leda Terezinha de Mattos - 05/06/2022 08h40

Verdade,chega de centrão gaúcho,chega de direita que engana é vende o patrimônio do povo gauchogaúcho. FORA Leite é toda sua patota

HeLena Lazzaretti do Nascimento - 04/06/2022 23h11

 

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