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28/05/2022 21h24 - Atualizado em 28/05/2022 21h42

Afeto em tempos de ódio

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Paira na atmosfera do país um ar pesado, impulsionado pela onda política doente e extremada decorrente do bolsonarismo ( especialmente de suas vertentes raiz). 
 
Um ar carregado de ódio, perversão e impulso destrutivo.
 
Algo que já destruiu tanto na vida cotidiana das pessoas, assim como tem contaminado o aspecto emocional individual e coletivo dos brasileiros.
 
A porção bolsonarista da sociedade brasileira conseguiu, nesses últimos anos, produzir, não só uma exaustão emocional, mas também rupturas sérias no afeto entre as pessoas, independente de serem familiares, amigas ou simplesmente pessoas que não se conhecem, mas que devem ter um patamar mínimo de respeito e convívio social dentro da pluralidade.
 
Pois esse patamar civilizatório e afetivo foi profundamente pisoteado e agredido pelo quadro que se instalou no país desde a ruptura institucional feita pelo impeachment forjado de Dilma em 2016, convergindo, em 2018,  na eleição para presidente dessa figura bizarra e transtornada com uma concepção anarcocapitalista e bárbara de sociedade.
 
Ali todos os monstros se acharam, todas as vertentes de extrema direita,  extrema imbecilidade e extrema intolerância se imantaram e se sentiram, juntas, empoderadas.
 
E a partir dali passaram a agir de maneira ostensiva, nessa ideia de destruição de afetos e vínculos de tudo que eles não respeitam, de tudo que eles odeiam, de todos que eles desprezam, e de tudo que é diferente de sua concepção, e que eles entendem deva ser eliminado.
 
Entendo que esse tempo terá fim, a partir de 2023.
 
Inicialmente será desalojado da situação de poder.
 
E a partir de então teremos o início de um processo de reconstrução, não só da vida social e econômica, mas também de relações afetivas entre todos aqueles que queiram e se compreendam como habitantes desse país, com sua enorme pluralidade e diversidade.
 
Porém,  até lá, é preciso resistir e existir, com  ímpeto e ousadia.
 
E ter ousadia nesses tempos de ódio significa se permitir viver e estabelecer afetos.
 
É disso que a maioria dos brasileiros precisam.
 
Em suas vidas diárias.
 
Onde querem armas, seja abraço.
 
Onde querem preconceito, seja carinho.
 
Onde querem tumulto, seja beijo.
 
Onde querem ira, seja serenidade.
 
Onde querem ódio, estenda a mão.
 
Onde querem destruir, seja afirmativo e doce.
 
Onde querem xingamentos, seja sorriso.
 
Quem inventou esse negócio de viver com ódio, não tem a menor vocação para morrer de afeto e amor.
 
Quem quiser se entorpecer de ódio, que assim o faça.
 
Nós queremos e vamos renascer.
 
Com firmeza e alegria.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Romeu Starwing, obsessão homossexual? É, talvez isto explique algumas posicionamentos inflexíveis aqui de defesa incondicional do macunaíma. Aliás, me diga, também escreveu cartinhas como a Janja?

Joca - 01/06/2022 12h45

Joca, essa tua obsessão homossexual com o Lula é algo impressionante. Sai do armário. Cria coragem. Provavelmente tu deva ser um militar reformado, mas tenha brio . Tu consegue. Solta essa franga, e assume alto que tua fantasia é o Lula.

Romeu Starwing - 31/05/2022 22h05

É muita hipocrisia este texto. Quem inventou o Nós x Eles foi lula, que conseguiu jogar uns contra os outros e criou o "inimigo político" onde antes havia apenas o "adversário político". As famílias almoçavam juntas aos domingos mesmo tendo posição política diferente. Lula conseguiu estabelecer a divisão até dentro das famílias que nem se visitam mais. A raiz de todo o ódio nasceu com lula e o PT, e agora querem jogar a cria no colo dos outros? Incrível que ainda abrem a boca para falar em democracia. Em que mundo vocês vivem??????????????

Joca - 31/05/2022 16h01

Parabéns professor Paulo texto/show! E a verdade! As vezes calamos diante da arrogância para não cair na vala comum do ódio. DEUS é AMOR Quem Nele acredita só pode pensar e agir para o bem.

Terezinha L Krolikowski - 29/05/2022 13h28

Parabéns Paulo,excelente texto.Nós somos bons por natureza,somos incapazes de fazer ou desejar mal a alguém, diferente deles que única coisa que fazem e desejam é o mal ,tem ódio no coração. Me sinto muito feliz em estar deste lado da história

HeLena Lazzaretti do Nascimento - 28/05/2022 22h39

Parabéns Paulo, dessa vez você se superou. O melhor dos melhores textos que já escreveu.

Noemi de Araújo Bauer - 28/05/2022 22h27

 

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