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20/07/2021 19h21 - Atualizado em 20/07/2021 21h35
Mentiras, armário e morte
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Paulo Schultz
Professor
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Três pulsões correm nas veias da extrema-direita brasileira: mentiras, armário e morte.
Pulsão por Mentiras - há, na essência do bolsonarismo, e especialmente naquele que dá o nome a esse sintoma social, o capitão Messias, um gosto especial, e um método de comunicação que prioriza a mentira.
Tem aquele ditado que diz.....
"mente tanto, que nem sente".
Que aqui se aplica totalmente.
O cara mente sem parar, falando ou fingindo.
Distorce, deturpa, nega fatos evidentes, cospe hipóteses bizarras como se fossem verdades absolutas e comprovadas.
Difícil saber onde começa algum transtorno mental e onde termina o método de mentir como estratégia de comunicação.
Mas, o que é evidente, é que é uma coisa diária, contínua e metódica.
Funciona para a família Bolsonaro, e o núcleo próximo pensante.
E funciona também para os seguidores raiz, alimentados diariamente com informação falsa.
Mentiras rasas, fáceis de memorizar, de repetir e de reproduzir, que viram verdade, tanto na comunicação interna entre os seguidores raiz, quanto na comunicação geral com a sociedade.
Certamente esse pessoal não conhece muito de Cazuza, mas Cazuza já dizia...
"mentiras sinceras me interessam".
E como esta gente gosta de uma mentira para poder chamar de sua verdade.
Pulsão pelo armário - por trás de todo ódio contra o homossexualismo, ou qualquer outra forma sexual diferente da cultura heterossexual (seja a cultura fundamentalista dos pentecostais, ou a cultura reprimida dos conservadores), há um desejo louco de sair do armário.
Aquela vontade doida, reprimida, que se converte em ódio - "que ódio que o fulano conseguiu sair do armário, e eu não tive coragem".
Porque se, de fato, fossem pessoas emocionalmente e sexualmente resolvidas, pouco lhes importaria a definição alheia.
Ponto final.
Pulsão pela morte - Bolsonaro tem uma pulsão pela morte expressa no seu semblante.
Não à toa que, mesmo após mais de 540 mil mortes pela pandemia do covid, não se percebe um pingo de empatia e pesar pela perda de vidas.
É que não há como esconder a primazia da pulsão pela morte.
Que também vem, de maneira sádica, quando milhões de brasileiros são expostos a uma espécie de morte lenta, causada pela insegurança e insuficiência alimentar diária - severa e extrema para um percentual destes milhões de brasileiros nesta condição.
E o cara tá cagando e andando para isso.
Pelo menos nesse quesito ele consegue defecar sem problema.
Nessa pulsão, fica o entranhado gosto e delírio pelas armas.
E aqui também entram todos, ou a grande maioria, dos seguidores raiz.
Boa parte deles urra de alegria com a possibilidade decretada, de facilidades para posse e uso de armas.
Mais munições, mais armas, mais liberdades...
Afinal de contas, os cidadãos de bem (como eles se definem) pensam ter direitos de eliminar aqueles que não são seus iguais.
Uma pulsão que passa por esse segmento minoritário da extrema-direita, e invade áreas institucionais, onde perigosamente essa pulsão de instala, com reflexos letais.
Três pulsões.
Danosas, corrosivas, extremadas, perigosas.
O Brasil virou o palco de um enorme laboratório social - do bizarro, do primitivo, da ignorância, do adoecimento fundamentalista, e do anarcocapitalismo ao estilo Mad Max.
É preciso encerrar isso.
Vai dar bastante trabalho.
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Comentários
Como sempre sua fala muito verdadeira,vai dar muito trabalho ,mas é preciso parar isso.Outro dia ouvindo uma live de Eduardo Moreira ,Eduardo Marinho,Frei Davi é Leonardo Boff,falavam sobre o tema.Eles os Bolsolixo não se transformaram agora nestes excrementos, eles sempre foram mas como ninguém dava voz a eles, estas anomalias estavam adormecidas bastou alguém dar asas aos seus devaneios do mal para que tudo o que há de pior no ser humano viesse a tona.Tenho nojo desta gente é tudo o que representam
Helena - 22/07/2021 16h09
Um texto para refletir!
Rosane M da Silva - 21/07/2021 16h37