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23/02/2021 19h38 - Atualizado em 23/02/2021 19h45
Coragem & Sorte
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Paulo Schultz
Professor
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As duas primeiras bizarrices que o Brasil teve na presidência da República - Jânio Quadros e Collor - não completaram seus ciclos de mandato.
Julguei que Bolsonaro também não completaria.
Mas, nesta altura, quase no fim de fevereiro de 2021, e diante das circunstâncias atuais do país, creio que a pior das bizarrices já empoderadas no país vá até o fim do seu tempo concedido de governo.
O que significa um estrago considerável.
Não quero me ater aqui a esmiúçar e analisar a figura Bolsonaro, nem seu não-governo ( isso já foi feito exaustivamente).
Quero focar em outro aspecto....
A primordial necessidade de se ter coragem, uma estratégia correta, e a sorte que deve acompanhar sempre quem luta do lado certo da história.
Se, nesta altura, é muito difícil movimentar forças suficientes para interromper a desgraça que é este governo do ex-capitão, é preciso coragem, estratégia e sorte, não só para parar ou minimizar os estragos, mas também para evitar que se criem condições necessárias para que essa bizarrice destrutiva e insana não tenha prorrogação com um segundo mandato.
É preciso ter a coragem e a estratégia dirigente e militante ativa em todas as forças da esquerda no país, para liderar um movimento político e social, que, debatendo e agregando outras forças políticas que tenham um patamar razoavelmente comum de comprometimento com valores humanos, respeito à vida e à pluralidade, compromisso com os pilares básicos de uma república e de uma democracia de fato, enfim...
Para que se criem as condições necessárias para interromper ou minimizar o ciclo destrutivo pelo qual passa o país, e que se faça necessariamente a construção sólida de uma alternativa que vede uma segunda onda de 4 anos de poder dessa monstruosidade chamada bolsonarismo.
O que não é uma tarefa fácil.
E aqui a questão, antes de debater e cravar uma frente ampla única, provavelmente seja estabelecer o que se quer, e como fazer para atingir isso.
A ideia de frente, seja ela como for, é um passo a posterior.
Até porque, considerando a dificuldade real de se estabelecer uma frente única, é possível sim, que por mais de uma via, se faça o combate certeiro do alvo principal.
E que, passada uma etapa dessa disputa, se faça uma unificação em uma segunda etapa da mesma.
Absolutamente factível isso.
Factível e desejável, e, claro, deve contar com o desprendimento livre de rancores e mágoas.
Bom, mas se acertar na estratégia e na intensidade de coragem é possível, também há que se contar com outro fator: sorte.
A história nos conta que toda boa batalha ou disputa vencida contou com coragem e estratégia, mas teve também a presença essencial da boa sorte.
A sorte que acompanha aquele lance final, onde se joga tudo numa distante cesta de 3 pontos, ou onde se coloca a bola no ângulo num chute já nos descontos finais do jogo..
É dessa sorte que eu estou falando.
É a sorte que sai do brilho nos olhos de quem luta do lado certo da história, e a sorte de quem conta com o poder simples, mas forte, do argumento da vida, e por ela, e para que ela seja para todos.
Palavras e ações.
E um trevo de quatro folhas no bolso.
Ao trabalho.
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Comentários
E muito triste para quem sempre esteve na luta ver o que está acontecendo no país, o desmonte é a entrega de todo o patrimônio pública é nós estamos me parece anestesiados, sabemos que são tempos difíceis devido a pandêmia, mas precisamos acordar
Helena - 25/02/2021 17h31
Muita sorte precisamos para ajudar na empreitada que vem pela frente. Sempre boa reflexão, Paulo. Coragem para lutar sempre!
Rose Bitencourt - 23/02/2021 21h34