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13/11/2021 21h09 - Atualizado em 13/11/2021 22h28

Cansaço, saturação e desejo

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Passados praticamente três anos do governo bizarro e destrutivo de Bolsonaro, restou na maioria da sociedade brasileira um cansaço
 
Provocado pelas dificuldades, pelas ausências, pelas carências, e, sobretudo, pela inquietude proposital,  insana e provocativa de Bolsonaro e dos membros de seu governo, assim como de seus seguidores raiz.
 
Em uma sociedade com  características tão complexas como a brasileira, e com um povo que majoritariamente não é dado a sobressaltos prá além da dificuldade que a vida naturalmente impõe, me parece natural que toda essa inquietude e tensão provocariam um cansaço e uma consequente saturação em relação ao que se tem vivido.
 
Falando em bom português: Bolsonaro encheu o saco.
 
Afora seu seguidores raiz, que precisam de Bolsonaro e suas emanações para ter razão de vida, a maioria do povo brasileiro saturou do capitão Messias.
 
Uma saturação que se soma à rejeição e à reprovação do governo e da própria figura de Bolsonaro.
 
É um alívio quando, por 3 ou  4 dias seguidos, não se tem notícia de Bolsonaro, ou não se ouve falar de alguma merda que ele tenha dito ou feito.
 
Bolsonaro é inconveniente como um vizinho chato ou sarna que você tolera por algum tempo, mas que depois de um período, você não consegue nem enxergar nem ouvir mais.
 
Bolsonaro e seu governo conseguiram criar uma espécie de sociedade do cansaço, onde as pessoas ficam inertes e apáticas por pura saturação e exaustão.
 
É claro, a partir do quadro criado, novos e pequenos tubarões se assanham para  tentar ocupar pela direita o espaço do capitão.
 
E aí vem os tucanos da segunda geração - Eduardo Leite e João Dória, com suas receitas neoliberais " infalíveis".
 
E, por fim, um patife dissimulado, responsável pela colocação de Bolsonaro no cargo da presidência, chamado Sérgio Moro.
 
Pouco provável que vinguem, pelo quadro posto.
 
Em que pesem a reprovação, a rejeição e a saturação de Bolsonaro, ele detém uma parcela fixa de seguidores raiz e a máquina pública federal nas mãos.
 
Isso não é pouca coisa.
 
Mas, voltando à questão do cansaço e da saturação, é algo que veio em um crescente,  de forma provocada e sem volta.
 
A maioria da população está cansada, está exausta.
 
Está assustada com a dificuldade que a vida no Brasil de Bolsonaro lhes impõe.
 
A grande questão é transformar esse cansaço e essa saturação da maioria em um desejo de outro caminho.
 
Um outro caminho que já foi possível, e que pode voltar a ser.
 
É preciso construir esse desejo.
 
É preciso romper o cansaço e a apatia, e os substituir por uma gana honesta e positiva, que traga de volta a capacidade de sonhar e a possibilidade de fazer acontecer.
 
Mesmo exaustos, mesmo saturados, mesmo cansados, a vida segue.
 
E segue nos dias que ainda restam de 2021, e nos dias de 2022.
 
Uma tarefa coletiva e  árdua, que precisa ser feita com ousadia e enfrentamento, mas também com alegria.
 
No dia que tivermos encerrado o tempo do espantalho da morte no poder,  há de se ter uma leveza no ar.
 
Até lá, que vivamos e saibamos como fazer chegar  esse dia.
 
Por cima da fumaça da destruição anarco, há um céu de novos ares.
 
Como diria Cazuza..."pro dia nascer feliz".

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

E como fazer isso com a maioria dos esquerda não raiz. Nós levantamos a cabeça e vamos mais uma vez a luta, para a vitória ou a derrota. E os que tem "medo" do PT? Os abastados de fake news e de mentiras da imprensa, da religião e etc. Temos que pensar juntos e montar uma estratégia que mostre realmente quem é o monstro desta história.

Vania Rosa Roman - 15/11/2021 10h00

Concordo com tua linha de raciocínio, Paulo, é isso mesmo - as artimanhas do bozoloide já saturaram a todos, ninguém aguenta mais ver ele na mídia. Mas tu sabe que mesmo assim, esse pessoal fascista não está de bobeira, pra voltarmos a ter ares de leveza, teremos que enfrentar uma luta árdua pela frente. E violenta, como tu diz. Porém nosso desejo, pujança e força para o bom combate, hão de vencer. E o povo brasileiro vai voltar a ser feliz. Pode parecer utópico meu pensamento, mas acredito que temos garra suficiente para destruir o espantalho da morte. Bora começar logo os trabalhos!

Nina Rosa - 14/11/2021 16h32

Como sempre Paulinho acertivo,mas Deus que perdoe,não tenho nem um pouco de pena desta gente,pq tinham outra opção um prof,um grande ser humano que já tinha dado provas do era capaz no MEC,é preferiram o capitão mito cafajeste,mau carácter

Helena - 14/11/2021 08h12

 

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