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30/10/2021 19h22 - Atualizado em 30/10/2021 19h30

O auxílio que ele merece

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Uma busca rápida no Google permitirá que se localize um punhado de vídeos de Jair Bolsonaro criticando duramente -  praticamente cuspindo em cima do programa Bolsa Família.
 
Cuspindo também em tom de ódio ou de desprezo em cima dos seus beneficiários.
 
É Bolsonaro sendo Bolsonaro.
 
E ele continua pensando absolutamente igual sobre o programa e seus beneficiados.
 
O que mudou?
 
Bolsonaro tem hoje algo em torno de 25 a 30% de intenção de voto, quando feitas simulações para a eleição presidencial do ano que vem.
 
E uma rejeição muito grande.
 
Especialmente nas camadas mais populares, devido à ruína social provocada por seu governo.
 
E aí a conta do projeto reeleição não fecha.
 
Então, Bolsonaro, espertamente junta o seu desprezo pelo  Bolsa Família, com a necessidade de conseguir apoio e possibilidade de votos neste público.
 
Assim, encaminhou o fim do programa, e em seu lugar  institui o nebuloso Auxílio Brasil.
 
Bolsonaro acabou com o Bolsa Família, o maior e mais bem-sucedido programa de transferência de renda do mundo, um programa que durou 18 anos, e serviu para proporcionar distribuição de renda, combater a fome e a miséria, sendo articulado com outros setores, entre eles saúde e  educação.
Pois essa política pública, instituída legalmente, permanente, bem estruturada e funcional, está sendo extinta.
 
Em seu lugar,  Bolsonaro coloca um auxílio de um ano, com um valor um pouco maior, mas sem segurança nenhuma de continuidade após este período.
 
Quer dizer que,  para a população beneficiária do Bolsa Família,  eles são obrigados a trocar um programa que lhes dá segurança mensal básica e permanente de subsistência, por um auxílio duvidoso de curta duração, cuja continuidade é absolutamente incerta ainda mais dependendo de uma eventual desgraça que seria a reeleição de Jair Bolsonaro.
 
Bolsonaro assim dá andamento na sua proposta inicial de governo,  que era de destruir tudo que existia, em termos de políticas públicas que tivessem uma direção voltada para a cidadania.
 
Esse é o lado cruel e frio.
 
O lado sádico que lhe causa prazer.
 
Bolsonaro sente extremo prazer ao  causar desconforto e sofrimento às pessoas.
 
O outro lado é o lado do espertalhão.
 
Cria um programa temporário com o único fim de melhorar sua imagem e ganhar mais competitividade para tentar sua reeleição.
 
Aliás, entre os vários motivos pelos quais Bolsonaro quer a reeleição, há um motivo premente: manter o foro privilegiado que o poder lhe dá para com isso evitar a possibilidade de que ele ( pelos crimes cometidos durante seu mandato como presidente),  e seus filhos Flávio e Carlos Bolsonaro pelos crimes de corrupção cometidos em seus mandatos parlamentares -  evitar que os três sejam presos.
 
Quer dizer que, entre os vários objetivos da reeleição de Bolsonaro,  um deles diz respeito a salvar o próprio pêlo e o de seus dois filhos parlamentares envolvidos com as denominadas rachadinhas.
 
O auxílio Brasil, portanto, além de um instrumento temporário de caráter puramente engambelador, trata-se na verdade de um auxílio reeleição.
 
Bolsonaro sendo Bolsonaro.
 
Cruel, ardiloso e baixo,
 como sempre foi.
 
Por se tratar do atual quadro de ruína social,  as pessoas agarrarão o valor do auxílio Brasil com todas as suas mãos.
 
E não há nenhum reparo em relação a esse fato.
 
Mas, é papel de quem percebe o que está sendo feito, deixar bem claro que o valor, sim, é de direito e deve ser recebido, mas que o objetivo de quem o oferece - o governo Bolsonaro - é um objetivo sujo, sórdido e desumano.
 
Isso precisa ser combatido.
 
O auxílio reeleição de Bolsonaro,  no âmbito político, deve ser transformado naquilo que ele mais tem medo - um ponto de exclamação política para que o auxílio não só  não o ajude em seu projeto pessoal de reeleição,  mas também encaminhe aquilo que  lhe é merecido -  que seja um auxílio para sua derrota, e abra caminho legal para  processos que o  condenem pelos malfeitos cometidos.
 
Vamos lá dar essa mão para o capitão e dois dos  seus filhos parlamentares envolvidos com corrupção ?
 
O auxílio reeleição pode até dar certo para bolsonaro - mas ele vai ter que combinar com a população.
 
E aí as coisas não são tão simples, e nem toda a malandragem patológica  do Messias consegue dar garantia de nada.
 
Segue o Brasil, dia após dia.
 
 O tempo de espantalho da morte precisa terminar.
 
Com auxílio luxuoso de quem quer cidadania e um país soberano, ele vai. 
 
 Imagina como será o ar pelo país inteiro, no primeiro dia após Bolsonaro sair do governo ?
 
De alívio e esperança.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Que maravilha, que ele receba o castigo para pagar pela sua maldade.

CARLOS MAGNO DA ROCHA - 01/11/2021 11h09

O povo passando fome e a miséria aumentando e esses desgraçados, malditos e bandidos até, roubam a vida das pessoas mais pobres, ironicamente, cinicamente!

NEUSETE MACHADO RIGO - 31/10/2021 09h36

A partir de agora eles vão usar de todas as artimanhas possíveis para ganhar a eleição. Bolsa, auxilio, vai sair de tudo... Cadeia é pouco pra essas criaturas.

Mara Costa - 30/10/2021 19h37

Quando eu era criança tinha medo de monstros, de bruxas... como eu era inocente... Hoje percebo que os piores monstros são as pessoas, essas pessoas que ainda acreditam, confiam e querem esse ser asqueroso na presidência. Não entendo como tantas crueldades e atrocidades "passam batido" diante a tantos seres de bem e de boa moral.

Mara Costa - 30/10/2021 19h34

 

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