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02/10/2021 22h23 - Atualizado em 02/10/2021 22h30

Um paraíso infernal

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Ele prometeu. E cumpriu.
 
Quando o capitão Messias disse que,se vencesse as eleições, traria a liberdade,ele não estava mentindo - em parte.
Porque ele trouxe a liberdade.
 
Ele trouxe liberdade para o agronegócio fazer chover  agrotóxicos à vontade sobre suas imensas áreas.
 
Ele trouxe liberdade para o agronegócio desmatar, queimar e avançar sobre áreas protegidas, com a complacência ou a omissão dos órgãos que deveriam coibir isso.
 
Ele deu liberdade para o agronegócio se armar de maneira ostensiva, e liberdade para usar esse armamento na defesa de seus interesses.
 
Armas acima de tudo, bala para cima de quase todos.
 
Também no quesito armamento, ele deu toda a liberdade que lhe foi possível dar até aqui.
 
Liberou quantidades e tipos de armas e liberou munição.
 
Liberdade,  portanto, para milícias, e para os famosos "cidadãos de bem", que podem andar armados e usar esse armamento na defesa de sua "liberdade".
 
Uma liberdade individual que se sobrepõe a qualquer responsabilidade coletiva, e que se sobrepõe a qualquer regulamentação e mediação do Estado para proteger e preservar a vida humana e as relações entre as pessoas.
 
O capitão também deu liberdade para garimpeiros avançarem em  atividades ilegais,  inclusive dentro de áreas protegidas e áreas indígenas.
 
Em relação à áreas indígenas e quilombolas, o governo Bolsonaro estabeleceu uma política de fechar o olho e veladamente estabelecer o vale tudo.
 
Nestas áreas, conforme a liberdade prometida, é possível invadir, desmatar, queimar, explorar, ameaçar e matar.
 
Uma liberdade infernal.
 
Também há o estímulo à liberdade de comunicação e expressão.
 
E não importa que seja liberdade para ofender e ameaçar de morte, ou incitar fechamento de instituições pilares da República - como Congresso e STF.
 
Sobretudo o estímulo à liberdade para mentir de forma sequencial e difundir estas mentiras de maneira solta, sem qualquer regulamentação legal.
 
É mentira acima de tudo, e fake news prá cima de todos, para tentar convencer a muitos.
 
Liberdade para a política de preços dos combustíveis, executada pelo governo federal, que, ao estabelecer que a política de preços se guie pelo mercado internacional, faz com que o litro da gasolina esteja na faixa de R$ 7, e o litro do óleo diesel na casa dos R$ 5 .
 
O que automaticamente gera liberdade para aumento de custos, aumento de preços de maneira generalizada ( sobretudo de alimentos ), aumento de custo de vida, e, claro, ocasionando empobrecimento e miséria de milhões.
 
Liberdade também para o avanço das igrejas evangélicas prá cima da população mais vulnerável e fragilizada.
 
É fé fundamentalista e monetária prá cima de quase todos.
 
O Brasil está tendo a liberdade prometida por Bolsonaro, portanto.
 
Uma liberdade anárquica e violenta.
 
Sem mediação do Estado, e na base da lei do mais forte. 
 
Quem tem o poder econômico e quem tem o poder das armas tem liberdade ampla.
 
Para os demais,  como o próprio Bolsonaro diz, que "se adequem".
 
Ele prometeu. E cumpriu.
 
Liberdade posta.
 
Um paraíso.
 
O paraíso de Bolsonaro e seus apoiadores - um paraíso infernal.
 
É como diz aquele meme..
 
"Queima, Jeová, queima ! "
 
Infernal, não é mesmo ?

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Exatamente, ele não escondeu suas pretensões e nem o seu íntimo maldoso. Quem ler o livro "A Filosofia Explica Bolsonaro" do filósofo Paulo Giraldelli, vai entender quem ele é.

Noemi de Araújo Bauer - 03/10/2021 01h47

A liberdade do horror! Prometido e entregue.

Adalberto - 02/10/2021 22h59

 

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