zulupa.com.br
sexta-feira,26 de abril de 2024

Colunas / Cultura

 

21/03/2020 21h30 - Atualizado em 21/03/2020 21h35

Pensar o amanhã - há um país a se reencontrar

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Foi preciso uma pandemia avançar Brasil adentro, e  atingir o âmago de medo ( ponto fraco da classe média do país), para que, ao som estridente das panelas, se decretasse o descolamento de mais uma parte da base de apoio social ao governo, e  o fim do período de poder do bolsonarismo.
 
Percebam que, aqui, não estou dizendo que é o fim do governo Bolsonaro,  estou afirmando que é o fim do período de poder do bolsonarismo.
 
Embora as condições sociais, políticas e econômicas estejam se estreitando rapidamente, tornando Bolsonaro e seu governo entes isolados, com apoio restrito aos seguidores mais passionais, é possível que Bolsonaro consiga terminar o seu mandato.
Porém, salvo alguma fantástica reversão política, social e econômica, terminará seu mandato carimbado como uma experiência triste e bizarra que colocou o Brasil numa condição de atraso e empobrecimento em todos os aspectos.
 
Uma pura perda de tempo, uma pura perda de vida.
 
 A se confirmar esse quadro, o passo seguinte é refletir o amanhã do país.
Como sairemos, com  quais projetos, da crise econômica que o país enfrenta.
Como resgataremos milhões de brasileiros, postos numa condição de empobrecimento brutal, ou de miséria, para que eles tenham de novo sua dignidade, seu trabalho, e sua cidadania reconhecida.
Como vamos restabelecer o respeito à diversidade e à pluralidade do nosso país.
Recolocar a sociedade brasileira num plano em que as diferenças e as disputas sejam feitas dentro de um patamar razoável de civilidade, o  que se perdeu com a ascensão do bolsonarismo.
 
E também frear os "noviços do vício"... essa parcela da sociedade brasileira movida a ódio, e que são aqueles que fazem  altas baixarias por um resto de sucesso, como diria Rita Lee.
Uma parcela que precisa  reposicionar-se, no sentido de disputar suas posições ideológicas na sociedade de forma honesta e com civilidade, e menos odiosa e preconceituosa.
 
Hoje está claro: a ruptura institucional ocorrida em 2016, por conta de um impedimento forjado e sem crime, detonou uma desagregação social no país que precisa ser urgentemente estancada.
 
Sem falar no aspecto da economia,a qual precisa ter uma mudança forte e consistente de direção.
 
Essa é a tarefa enorme que nos cabe: pensar o amanhã do país, tendo presente um bolsonarismo ainda  existente, mas já fora do exercício de fato do poder.
 
As divergências ideológicas existirão sempre, assim como diferentes projetos e concepções de sociedade, mas o que não podemos perder é a noção de um país de  aproximadamente 210 milhões de pessoas, sendo de todas devam ter direito a um patamar básico de dignidade e de cidadania.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Oportunista, tal qual o lula. Pura cretinice de oportunistas sem escrúpulos. Que tal se na crise de 2008, em que lula disse que o Brasil só sentiria uma marolinha o cretinos de plantão estivessem tentando sacanear as ações do governo? Falta brasilidade à petralhada, e vergonha na cara. Falta patriotismo, pois vocês só reconhecem lula. A pátria de vocês é lula, o mentiroso contumaz da república. Vocês não sabem o que é Brasil, nem o que é coletividade. Vocês só sabem o que é lulismo. Quer acabar com a política neoliberal? Para colocar o quê no lugar? O socialismo? O velho e surrado sistema em que os governantes e se julgam superiores e se esbaldam no luxo à custa da velha e mentirosa sociabilidade dos recursos concentram todas as decisões sociais e econômicas nos escritórios do poder, de onde só sai escravagismo? Cretinice, Oportunismo malévolo e safado. Bolosonaro é um ogro e chega a dar vergonha, mas não é falso como lula. Tenham vergonha.

Joca, com raiva da cretinice - 22/03/2020 15h05

O mundo vive uma crise, sem precedentes. Parecida com a crise de 1929, e por razões idênticas. Essa crise, ainda é continuidade da crise de 2008, que não foi resolvida, mas foi apenas abafada, como se tranquiliza um fogo abrupto...mas passado um período curto, o fogo voltou, com maior intensidade. E se percebeu que não se pode continuar remediando esse incêndio, pois cada vez, voltará mais intenso, consumindo muita energia, trabalho e riquezas produzidas em todo mundo. E agora, vidas. Há que se abandonar esse modelo econômico neoliberal que não responde às necessidades econômicas do mundo e o tem colapsado. Certamente, depois de toda essa tragédia, pior que um pós Guerra, eis que não apenas localizada em um campo de batalha, mas disseminada por todo mundo, os países terão que se reerguer, com outro pensamento político e econômico, onde a presença de um Estado forte e presente na economia e na vida das pessoas se faz fundamental e imprescindível. Hoje, nossos olhos estão voltados e com medo, para uma pandemia, pois nossas vidas são mais importantes que todo o dinheiro que podemos perder. E uma coisa está interligada a outra. Vamos entender que podemos combater com mais eficiência qualquer problema de saúde quando tivermos um Estado a serviço do seu povo e não apenas para garantir a boquinha de banqueiros e seus rentistas. Quando tivermos governos, de fato, comprometidos com sua população.

PAULO SCHMIDT - 22/03/2020 09h21

Parabéns pela clareza com que escreve precisamos de outros Paulos na nossa sociedade.....

Marvius - 22/03/2020 09h02

Excelente análise, coloca os pingos nos is.

Orlando Desconsi - 21/03/2020 22h42

Excelente! Como sempre Paulo foste certeiro nas palavras! Parabéns!! Que tenhamos força e coragem para pensar um novo Brasil

Mara Costa - 21/03/2020 21h48

 

Comente estE ARTIGO

Mensagem
Nome
E-mail*
   
  * não será publicado.

 

Soluty Zulupa.com.br © 2010. Todos os direitos reservados.
contato@zulupa.com.br - (55) 99700 5946 / 99613 5633