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07/03/2020 18h32 - Atualizado em 07/03/2020 19h06
Mudar onde a vida acontece, e pensar o país
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Paulo Schultz
Professor
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Em contraposição ao projeto destruidor da economia nacional, e multiplicador de miséria e pobreza, em andamento com o governo Bolsonaro, temos este ano a oportunidade de estabelecer espaços de contenção, enfrentamento e reversão do projeto perverso que sufoca o país.
Falo aqui das eleições municipais deste ano.
Formar frentes populares com partidos de esquerda, e propor a outras forças que sejam razoavelmente progressistas e democráticas, e que queiram se somar ao campo da esquerda, nessa construção de candidaturas capazes de promover uma disputa séria de reversão de rumos do país, a partir de cada município.
Mesmo com as dificuldades impostas a partir da crise financeira e social que se instalou no país desde 2016, é preciso ousar.
É preciso estabelecer políticas públicas voltadas para todos, mas especialmente para os que mais precisam, nos municípios onde estas políticas não existem ou foram relegadas.
É preciso restabelecer políticas públicas em municípios onde elas já foram protagonistas de mudanças para melhor na vida das pessoas, e que, por opção política, foram interrompidas ou acabaram sendo minguadas ou até mesmo extintas.
Uma frente popular de caráter local, que aja direto na população local, mas que tenha o norte da reversão da política vigente no país.
Em grandes cidades e nas capitais, essa comparação de projetos com o plano nacional se dá de maneira mais clara e evidente.
Mas os municípios médios e de pequeno porte também deve se dispor a este movimento, de desafiar as estruturas conservadoras locais, que foram alicerces da ascensão do bolsonarismo também, e construir vitórias locais que representem uma derrota da política vigente em âmbito nacional.
Não é mais aceitável vermos municípios e seus habitantes sendo postos em uma condição de dificuldade econômica e social, em maior ou menor gravidade, e não ousar propor candidaturas dispostas a enfrentar isso e estabelecer um modo diferente de governar e direcionar os recursos públicos para todos, sobretudo para aqueles que mais precisam do setor público.
Não é mais aceitável termos municípios penando por falta de recursos, com problemas de pagamento do seu funcionalismo, com cortes drásticos de recursos para políticas sociais, e ter administrações locais que, apesar da asfixia vivida, continuem a dar sustentação política a estruturas locais conservadoras, egoístas e excludentes, e principalmente, que sejam base para o projeto perverso e insano em curso no país.
É preciso dialogar com as pessoas, romper com a bolha de ódio e fundamentalismo doentio.
É preciso ganhar razões e sentimentos, e semear um sentido coletivo e solidário.
É preciso construir um movimento político em todos os municípios do país, que resgate o valor da vida, da dignidade do trabalho, que respeite a pluralidade e as opções individuais, e que resgate a necessária ousadia de promover mudanças com firmeza e alegria.
!Vamos à boa luta, com coragem!
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Comentários
"É preciso dialogar com as pessoas, romper com a bolha de ódio e fundamentalismo doentio" foi o que o autor disse. Então explica aí, professor, você está querendo acabar com um dos pilares do discurso lulista? Faça uma pesquisa isenta (duvido muito), e vai perceber que foi o PT que trouxe o fundamentalismo e instaurou o ódio. Antes do PT as famílias almoçavam juntas aos domingos, mesmo com opiniões políticas divergentes, mas depois do discurso fundamentalista do PT isso tornou-se impossível, e hoje as famílias que sequer se cumprimentam. Sei que você e quem lhe acompanha sequer vão pensar à respeito, pois vocês só se abastecem dos perdigotos do lula, mas é necessário lhes dizer mesmo assim, para que vocês saibam que o mundo não é composto somente de imbecis. E mais, observe seu texto, é a fina flor do fundamentalismo acéfalo e risível.
Joquinha, de novo - 09/03/2020 08h30
De fato, Paulo, precisamos resgatar o nosso país, retirá-lo das mãos desses usurpadores que governam para suas famílias e seus amigos.
Neusete - 08/03/2020 08h55
Dois pontos achei muito importantes no teu texto, amigo - que é preciso dialogar com as pessoas e acabar com a bolha de ódio e fundamentalismo bem como dissestes, doentio. E semear um sentido mais solidário, um pensamento coletivo que está cada vez mais desaparecendo nas pessoas...
Roselaine - 07/03/2020 22h43
Muito boa coluna:
"(...) romper com a bolha de ódio e fundamentalismo doentio(...)"
Bem por aí...
Marvius - 07/03/2020 22h28