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08/12/2020 20h10 - Atualizado em 08/12/2020 20h15

Um sorriso é uma vitória, e por isso seguimos

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Não precisa ser sem teto para defender os sem teto.... não precisa ser sem terra para defender os sem terra..... não precisa estar desempregado para defender os desempregados.... não precisa ser da periferia para defender as pessoas que lá vivem.
 
É preciso ter somente fervilhando nas veias a indignação de quem não se conforma com a ausência e a carência de cidadania e oportunidades para milhões de pessoas.
 
E não se trata apenas de uma questão de empatia.
 
Nem tampouco de ser apenas pena ou compaixão.
 
Nem de dizer que sente o que o outro sente.
 
Menos ainda medir dores e angústias de maneira a querer tabular o que se passa em cada vida humana.
 
É uma questão pura e simples de concepção de vida, de percepção social e humana, de respeitar a diversidade, e se dispor a enfrentar aquilo que provoca o desigual, o injusto e o não-aceitável.
 
É uma opção que acumula mais derrotas do que vitórias.
 
Mas que traz em si, para além da dureza necessária do enfrentamento, a sutileza persistente, e a intensidade necessária de quem se joga para defender a vida, a cidadania,  a dignidade.
 
E isso tudo cabe num sorriso.
 
Porque a gente sabe que depois de  amanhã, vem outro amanhã,  e outro, e outro.
 
E a gente não desiste.
 
Às vezes cansa, e se permite a ressaca.
 
Mas aí, vem um sorriso quando ninguém espera, e a disposição volta...
 
É por isso que a gente tá aí.
 
É por isso que outros virão.
 
E tudo cabe em um sorriso que alivie qualquer ausência ou carência, ou que expresse que o possível venceu alguma injustiça.
 
Esse é o sentido militante de tudo.
 
E por isso, seguimos.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Um banho de ânimo para começar o dia. É nossa responsabilidade também mostrar as pessoas que o mundo não gira somente na volta do se umbigo, principalmente dos jovens. Mas como? Esta é uma pergunta incessante na minha cabeça.

Vania Rosa Roman - 09/12/2020 08h47

Que maravilha seu texto Paulo! Em meio a tantos problemas é interessante uma palavra de otimismo e esperança. Abraços.

Lúcia Bertoldo Cenedese - 08/12/2020 23h15

Como sempre Paulo,verdadeiro o texto,é preciso estar no outro para poder avaliar.Estamos vendo a cada dia mais os humanos se desuminizarem,estamos vendo valores escapando pelo vão dos dedos

Helena - 08/12/2020 21h44

Muito verdadeiras as considerações que provocam a reflexão. Para ser sensível ao sofrimento é preciso "ser humano". Estamos assistindo a desumanização da humanidade. É há muitos destes seres desumanos por aí...

Terezinha L KROLIKOWSKI - 08/12/2020 21h31

 

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