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23/05/2020 20h40 - Atualizado em 23/05/2020 20h44

Tempo de sensibilidade e respostas

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
O período pós epidemia será de muita dificuldade na vida de milhões de brasileiros, espalhados pelos milhares de municípios do país.
 
Haverá um refluxo econômico, de modo geral, o qual será agravado pela condição de desemprego, informalidade e empobrecimento da grande maioria da população do país, sobretudo a população pobre e trabalhadora.
 
Haverá uma demanda crescente por conta das carências  dessa população mais necessitada, o que causará uma pressão enorme, especialmente sobre os próximos governos municipais, que assumirão seus mandatos a partir de janeiro de 2021.
 
As prefeituras, por sua vez, terão que lidar com queda de receita, maior ou menor, dependendo das circunstâncias - mas  com queda inevitavelmente.
 
O quadro que se forma, então, é de vida dura, em todos os aspectos.
 
Nesse cenário é que surge uma certeza:
para dar conta desse quadro de dificuldade econômica, e, sobretudo, social, os próximos gestores terão que ter experiência com a coisa pública e sensibilidade para lidar com carências e demandas de excluídos e necessitados.
 
E um necessário arrojo para usar o poder público  como indutor do desenvolvimento econômico.
 
O tempo que virá pela frente não deve ser um tempo de experiências bizarras, nem de soluções dos que se vendem como bons  gestores do mundo privado.
 
Porque o que vai contar no próximo período é a capacidade do poder público de impulsionar a economia local, administrar carências financeiras e promover reinserção e inclusão social, e diminuição das desigualdades.
 
! Isso o mercado privado não oferece.
 E nem criaturas bizarras, tampouco.
 
Ao estreitarmos essa realidade para o caso específico dos municípios do Rio Grande do Sul, teremos o seguinte: um governo estadual tucano,  comandado por Eduardo Leite, interessado em aprofundar o estado mínimo,  privatizando e  encolhendo os serviços públicos prestados para a sociedade gaúcha, e o governo federal absolutamente caótico e insensível,  comandado por um sociopata que  quer o caos para reinar dentro dele.seu projeto de milícias e barbárie.
 
Nessa conjuntura é que se faz necessário um governo popular, que reafirme a sensibilidade e o compromisso com todas as pessoas, sobretudo aquelas que mais precisam do setor público.
 
As respostas que não virão do Estado e da União, terão que ser dadas onde a vida acontece - nos municípios.
 
E sendo direto: se essa lógica vale para todos os municípios do Estado do Rio Grande do Sul, vale certamente para o meu - Santa Rosa.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Excelente, Paulo! Precisamos de maior sensibilidade pela vida humana e sua interdependência com as questões sociais, ambientais e culturais, menos convivência com as regras do mercado. Para isso, um governo popular, ou seja, um governo que enxerga seu povo e enfrenta os ataques do mercado com clareza de que é a vida que importa e não o lucro ou o enriquecimento de alguns. A vida será difícil, mais difícil do que foi até o momento e, se não adotarmos algumas regras políticas e sociais que cuidem da vida de todos, maior sofrimento muitos viverão. Abraço!

NEUSETE - 24/05/2020 14h29

Sem dúvidas, Paulo! Até porque, nesse momento, a única oportunidade de virar o jogo, via urna, é pelas eleições municipais! E, tomara, as pessoas tenham entendido que a direita só se preocupa em defender os interesses dos grande capital, mesmo que para isso, tenha que derramar o sangue do povo para garantir. Basta assistir as falas dos ministros, especialmente o da economia, Paulo Guedes.

Mara Rosana Rosa Foltz - 24/05/2020 13h28

Muito boa leitura da conjuntura meu amigo, entretanto esse papel do Estado infelizmente acredito que no Brasil não haverá especialmente para as pequena e médias empresas, segundo a fala de Guedes.

Marvius - 23/05/2020 22h59

Parabéns pela análise.... Vale destacar a sobriedade quanto a necessidade, 'para dar conta desse quadro de dificuldade econômica, e, sobretudo, social, os próximos gestores terão que ter experiência com a coisa pública e sensibilidade para lidar com carências e demandas de excluídos e necessitados'. Abraço!

Vinícius Puhl - 23/05/2020 21h33

Exatamente! Pois é nos municípios que as pessoas vivem. É ali que precisam ter atenção dos gestores públicos. Em razão das drásticas consequências trazidas pelo Corona vírus, os municípios precisarão ter em suas gestões, pessoas comprometidas com a vida das pessoas. Esse é o primórdio de um governo com raízes e bases populares. Enfim, a política, apesar de tão criticada e desprestigiada, ainda é o elemento definidor do nível de vida de uma população, pois por ela, escolhemos nossos representantes e definimos as prioridades de investimentos públicos para alavancar a economia ou diminuir as desigualdades sociais. Por essa razão, as eleições municipais são tão ou mais importantes que as demais. E dessa forma, o povo deve observar o cenário com atenção para poder escolher melhor quem será o prefeito ou prefeita que assumirá seu município e nele realizar as obras e ações que valorizem a vida e as pessoas.

PAULO SCHMIDT - 23/05/2020 21h31

 

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