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04/12/2019 05h36 - Atualizado em 04/12/2019 19h54
Armas para exaltar a morte
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Paulo Schultz
Professor
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Bolsonaro não se ocupa, nem se preocupa com o tema da segurança pública, embora, de forma superficial, pareça isso.
Se o tema fosse prioridade sua, teria trabalhado em projetos e encaminhado demandas nessa área, enquanto foi, por 28 anos, deputado federal pelo estado do Rio de janeiro.
O negócio do bolsonaro é um fascínio doentio por armas, e um desejo forte de promover a violência contra seus desafetos, e por quem ele despreza socialmente.
Repare que, nas falas que ele produziu, desde que assumiu a presidência, ele nunca fala no tema segurança pública, e nunca fala na questão de proteger a vida humana.
O conteúdo da sua fala é outro: o foco sempre é dar a possibilidade do porte e de uso de armas para quem, em sua concepção doente de sociedade, ele caracteriza como "cidadão de bem".
Nenhuma só palavra sobre as mortes promovidas pela polícia no estado do Rio de janeiro,
Nenhuma palavra sobre as mortes em São Paulo.
O tema segurança pública passou absolutamente batido durante o ano de 2019.
A narrativa de Bolsonaro foi única no ano: achar maneiras legais de possibilitar a compra, o porte e o uso de armas pelos cidadãos bolsonaristas sejam eles do agronegócio, das milícias, ou outros segmentos da sociedade ávidos por armar-se.
Nesse sentido de possibilitar o uso de armas, o ano fecha com o projeto do tal "excludente de ilicitude", que, na verdade, é uma licença para que órgãos policiais possam matar dentro de enquadramentos duvidosos, sem ter que sofrer punição legal por isso.
De novo aqui a concepção lógica é: possibilitar a alguém atacar outro alguém, com uso de arma e amparo legal.
Bolsonaro nunca propõe a defesa, sempre propõe o ataque - e o ataque feito com uso de arma de fogo
A essência de sua política é a eliminação de qualquer desafeto ou de qualquer ser humano que se contraponha contra aquilo que Bolsonaro considere que seja a ordem a ser mantida em sua concepção de sociedade.
Não é um projeto de proteção da vida.
É uma opção doentia de exaltar a morte.
Para impor sua ordem insana, do que julga ser o bem e o mal. À bala.
Não por menos, seu partido é o trezoitão.
Foto: Internet
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Comentários
Sim companheiro, temos um governo tirano e fascista. Ordem pra matar é sua palavra de ordem. Nada mais...
Roselaine - 05/12/2019 10h00
Parabéns colega pela sua coluna, exatamente isso temos um governo tirano, que não está preocupado com a segurança pública, como também não apresenta nenhum projeto para as demais áreas sociais
Eliane - 05/12/2019 07h03
Texto muito pertinente, queremos um mundo de paz. Nosso país está tomado de violência com o aval do presidente.
Noemi de Araújo Bauer - 04/12/2019 23h24