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07/09/2011 20h18 - Atualizado em 19/09/2011 18h46
Colonização Midiática: Santa Rosa e o Rio Grande do Sul frente a descaracterização promovida pelas grandes redes de mídia
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Magnus Langbecker
Escritor, presidente de Associação Santarosense de Escritores (ASES) e acadêmico de Biologia.
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Conteúdo totalmente desvinculado da realidade local e regional, escravização ante uma grade de programação nacional, morte da criatividade e falta total de independência editorial: esses são alguns entre os inúmeros flagelos que se abatem sobre o conteúdo da programação televisiva que chega diariamente em nossos lares seja em termos de programação local, regional e também em âmbito estadual.
Em meio a massacrantes 24 horas de programação nacional apenas breves inserções de programação local. Em um estado que foi precursor de programação independente e de qualidade temos os nossos costumes, a nossa cultura, a nossa terra e a nossa gente cada vez menos retratada e representada por canais televisivos que se tornam cada vez mais meros pontos de retransmissão colonizados pelo poderio das grandes redes de mídia paulistas e cariocas. A venda de toda a Empresa Jornalística Caldas Junior Sistema Guaíba/Correio do Povo a Rede Record marcou a derrubada de um dos últimos baluartes de programação aqui feita para os nossos olhares. Um baluarte de confiabilidade e autenticidade foi derrubado: em lugar do programa de debates políticos seção de exorcismo, em lugar da cobertura do esporte local seriados enlatados e realitis shows.
Na semana passada vivemos um grande exemplo do total descaso com o público rio-grandense: em meio a espectativa do clássico Grenal os nossos televisores mostravam transmissões de jogos de times da zonal Rio-São Paulo encampados e vendidos por aqueles que se acham donos de nossos gostos e detentores de nossas vontades. Estupefação e impotência parecem marcar a maior parte dos comentários.
O panorama é deveras desolador. A tele dramaturgia local está quase extinta. O espaço para a produção cinematográfica gaucha é praticamente inexistente. O jornalismo gaudério começa a investir na dinâmico do quanto mais sangue e tragédia melhor. Os pouquíssimos musicais estão em horários impraticáveis. Programação infantil e juvenil nos mesmos parâmetros.
Em meio a tudo isso abre-se cada vez mais as possibilidades de intervenção econômica estrangeira nas empresas brasileiras de mídia. Ou seja, em breve nem programação brasileiras teremos. Talvez alguns pequenos programetes em meio a grade da retransmissora no BRAZIL da REDE CNN.
Será este o futuro que queremos? Ou, o Rio Grande do Sul que nunca se entrega, encontrará formas de reagir a mais esta escravidão. Iniciativas isoladas de protesto e de luta contra esta situação e estes desmandos começam a surgir e devem ser louvados e apoiados por todos aqueles que aspiram serem mais do que meros autômatos consumidores do pior dos conteúdos enlatados.
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Comentários
Caro Volmir, realmente a questão patrocínio é importante, quiça fundamental, e já vimos ótimas iniciativas serem sepultadas por falta de apoio de quem prefere apostar em produtos de grande visualização e já consolidados, mesmo que muitas vezes pequem pela qualidade, do que apostar em idéias inovadoras. Principalmente quanto à produção local.
Magnus Langbecker - 11/09/2011 09h04
Com relação ao GRENAL, entendam, quem tira a oportunidade do povão assistir pela TV aberta são os empresários da região, existe patrocínio só para a transmissão do Grenal. Quantas empresas patrocinaram? Nenhuma. Deputado nenhum resolve o caso. Tínhamos o bloco do Bom Dia Rio Grande e Globo Esporte local, por que será que a RBS tirou da programação?
Volmir - 10/09/2011 10h36
As TVs investem onde há retorno, aqui em Santa Rosa quando se fala em RBS TV os empresários não investem, e isso gera um investimento menor e conseqüentemente menos recursos para os canais de TV investirem numa produção de qualidade e conteúdo. Somente mudaremos a situação com aumento do número de anunciantes. O que não acontece hoje.
Volmir - 10/09/2011 10h27
Totalmente de acordo, parabens pelo texto. O caso do futebol é apenas emblemático. Quando chegam ao ponto de retirarem do povão a oportunidade de assistirem a um Grenal que faz parte da nossa cultura popular, é porque alguma coisa está errada. Alguem viu algum deputado fazer uma defesa do povo para esses casos?
José Luiz Soares - 07/09/2011 22h12