Colunas / Cultura
23/08/2011 15h53
Um tombo necessário
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Sávio Hermes
Advogado e Escritor.
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Ao que consta na sabedoria popular, para fins de um imóvel assumir as características de patrimônio cultural e histórico de uma determinada região, necessário a realização de um ato legal, seja via lei, seja via decreto, além é claro de ter as características e justificativas necessárias para tal.
E na nossa história recente, já acompanhamos uma situação muito parecida. O sonho do então alcaide Pautilho Palhares, poderia estar num depósito de entulho qualquer espalhado pela cidade, mas por incrível que pareça, vive-se a reconstrução do Paço Municipal, para o futuro Centro Cultural Pautilho Palhares.
Agora, descendo na própria Avenida Rio Branco, um novo impasse: vamos vender o Clube Concórdia para pagar as dívidas? Ok. Vende-se, paga-se as dívidas, se limpa a área, promove-se um novo empreendimento e ai? Do que adianta querer lançar livro e filme sobre fatos históricos, se destruímos a lembrança concreta da história?
De bailes de carnavais, casamentos, festas de formaturas, debutantes, aniversários, boates, baladas, alegrias, decepções, amores, foras, cantadas, noitadas, tudo ali, registrado nas paredes da sede social do Clube Concórdia.
Lembro inclusive, de uma campanha realizada para pintar o clube. Era fornecida uma folha com o desenho do clube e todos deveriam pintá-lo para sugerir uma cor e ao final, a cor escolhida ganharia um prêmio, acho ao menos. O que conduz ao fato de que referida argamassa e tijolos ter um valor além do material ali empregado.
Não obstante, considerar que a entidade possua uma diretoria e um estatuto social, a destinação do patrimônio é uma questão de toda a comunidade. Não basta uma votação interna para decidir o futuro do imóvel. É preciso um aval de toda a sociedade, não basta tratar como um espaço nobre e valorizado no centro da cidade.
Comenta-se que o cavalo encilhado passa somente uma vez na vida. Para a felicidade dos santa-rosenses quebramos este ditado, estamos diante de um novo cavalo encilhado, pronto para encarar o trecho, bastando apenas que a sensibilidade dos governantes entenda o momento e confira este direito, se não aos que aqui estão aos futuros cidadãos deste povoado de 14 de Julho.
Tomba, tomba, tomba!!!
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Comentários
Viva a r......evolução de Santa Rosa!
Marco Antônio da Silva (Marcão) - 05/01/2012 22h31
Quando foi construído, o Concórdia mudou a paisagem do centro..foi um marco pra cidade! Mas, é um clube privado, aliás, muito mal gerenciado! se fosse uma empresa, já teria quebrado há anos. Seus próprios sócios, que são seus donos, não estão interessados em preservá-lo, basta ver a quantidade de "sócios" que não paga a mensalidade. Tombar resolve?
Nery - 26/08/2011 11h24
Tenho lembranças de festinhas em inumeros lugares.O Concordia é só mais um deles. Por que não mudar a paisagem. É um clube particular, quem deve se preocupar com o tombamento são os associados, eu tenho mais o que fazer.
José Henrique - 25/08/2011 11h58