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31/05/2011 22h13 - Atualizado em 31/05/2011 22h15

Ali uma vez

Gerson Miguel Lauermann Gerson Miguel Lauermann
Contador, Consultor, Especialista em Comércio Exterior e Mestrando em Administração Estratégica de Negócios; Coordenador do Departamento de Cultura e Educação da FEBAP Brasil; Sócio-fundador e ex-presidente da ALMA – Associação Literária Mário Quintana de Santo Cristo; tem publicação em livro de contos regionais e em conjunto com outros autores em obras a nível nacional. Compositor de poemas nativistas gravados por Careca e Darlan Ortaça, Emmerson Gottardo, Mauro Dias e Berico de Miguel.

A mídia tem se ocupado nos últimos dias de um tema de significativa relevância, especialmente porque trata da identidade cultural do povo brasileiro.
O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, enviado pelo MEC às escolas, indica que não há necessidade de seguir-se a norma culta da nossa língua mater, no tocante à concordância. “Os livro” teria o mesmo sentido de “os livros”.
Eu imagino os professores Odilo, Erno, Roque e Ernesto - para citar alguns -, o quanto sofreram à época que por eles fui ensinado, num esforço hercúleo para que eu aprendesse a norma culta (ainda em fase de aprendizado) e agora, novidades, que, oficializadas em livro pelo próprio MEC, viram regra.
Sabe-se pelos livros, que até em países de primeiro mundo, seus habitantes cultuam uma série de dialetos, todos aceitos na linguagem corrente, porém, com restrições na escrita.
Pois bem. Oficializado o tema, não podemos ficar atrás em nossa pacata província que, como sói acontecer, possui peculiaridades em seu santo-cristês, mesclando o português com o alemón. E, quem estiver em desacordo, segundo alguns linguistas, incorrerá em preconceito linguístico. E ponto final.
Para não perdermos muito tempo então, além de aprender a norma culta, os alunos aprenderão o santo-cristês. Algumas dicas que já ouvi do irmão de ALMA e letras, o Zé Casarin, que consiste em acrescentar o “írã” às palavras em português, tendo o devido cuidado para que a sílaba tônica seja a penúltima.
Exemplos: trabalhírã, estudírã, arumírã, enganírã. Essas palavras aportuguesadas em Santo Cristo integram o dia a dia de muitos de nós. Entretanto, deve ser respeitada, pois é falada pela maioria, inclusive pela elite dominante.
Logo adiante surgirá outro desafio. Cogita-se nos bastidores do Planalto a adoção de idioma próprio, o BRASILEIRO, abolindo-se o PORTUGUÊS, criando-se uma identidade peculiar tupiniquim.
Aí, os professor não precisam mais ensinar aos alunos a pescar os peixe. Tudo será mais fácil, ali uma vez.
A propósito disso, conversando com um amigo em santo-cristês, me disse ele: Viu ali que o Bin Laden morreu uma vez?...
Não aceito críticas. Responderei que qualquer opinião contrária será preconceito linguístico. Ponto final. Ou não.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Gersiu. Cem comentarius. Abracius!

Roteni Silveira Trindade - 01/07/2011 17h33

Poderia copiar os comentários e enviar ao Ministro da Educação? Ótimo texto! Fico feliz por saber que muitas pessoas concordam com a preservação da língua portuguesa.

Aline de Mattos - 29/06/2011 08h14

"Ali uma vez", para "nóis Professor" fica cada dia mais difícil de entender esta linguagem falada(errada para nós que aprendemos sendo outra a forma correta) estar sendo agora também escrita e pior aceita por órgãos diretores como o "MEC", vamos do conceito de oficializar estes dialetos regionais?Será??Ali uma vez!!!!!!! Parabéns pela crônica.

Edson Luís Lautharte - 14/06/2011 20h49

MUITO BOM O TEXTO, O LIVRO. ABSURDO E RIDÍCULO COMO AQUELES QUE NOS GOVERNAM, LAMENTAVELMENTE SÃO ELEITOS PELA MAIORIA "DE NÓIS".

Wallauer - 04/06/2011 14h34

Mas bah! Vamos abolir a matéria de português nas escolas, se daqui para frente tudo vai ser válido! Para que aprender o idioma correto? "Nóis fala e iscreve de quarqué geito", se o "próximo entendíírã" então tá tudo certo! É isso que estão pregando! Muito bem escrito, Gérson, parabéns e abraço.

José Luiz Casarin - 02/06/2011 11h40

Gerson! Parabéns pelo texto, escrito de forma clara e condizente com a realidade vivenciada, infeliz realidade, diga-se de passagem.

neiva - 02/06/2011 11h10

Mas parabéns pela idéia Gérson! Pequenas verdades que são realidades diárias, e nos passam despercebidas! Abraço!

Jader - 01/06/2011 23h29

Nóis ta cum prublemão né Jerso? Vejo que a língua Portuguesa esta tomando o mesmo caminho de Camões. Ora, uma nova língua formada através da Miscigenação não vem ao ponto, de ser tratada como calamidade. Falar o nosso Deutsch, é um legado unico, cultural. Idioma distinto. Mas inventar um novo idioma apartir do que ja existe, isso sim é o cumulo....

Jader - 01/06/2011 23h26

Isto apenas é o começo, bamo acredita que virá mais novidades. Um abraço!

Edson Luis Ziembowicz - 01/06/2011 17h40

Gerson! Adorei, o pessoal que não te acesso a esta página deveria ter a oportunidade de ler também, para não achar que estão isolados do planeta, santo-cristês ali uma vez.

Alexandra Henz - 01/06/2011 17h29

Oi...Achei interessantissimo o texto, e me fez ver que novas palavras poderão ser criadas no decorrer nos tempos...Esta é boa...Não haverá mais necessidade de professores de português, e sim, brasileirês....Que doidera...Mas, paciência... Abraços...

Micheli - 01/06/2011 17h28

Muito bom o texto... Vendo hoje, como vivo fora do Brasil, que isso não passa somente com o Português. Também com o espanhol, que tem suas derivações desde a patagônia até a fronteira com os EUA. Espanhol de maneira culta, também poucas pessoas conhecem e utilizam.

Cleverson Schaefer - 01/06/2011 14h48

Adorei!!! E para não caracterizar preconceito linguístico, ficarei apenas a apreciar a crônica!!!!

Christiane Engel Griza - 01/06/2011 14h23

Bom dia Gerson! Parabens pela forma bem humorada, porem objetiva e de fácil entendimento, com que tratas esse assunto polêmico, criado pelo livro distribuido pelo MEC. Eu quero acreditar que "os mano" atuais resposáveis pela cultura de nosso país, venham a público e digam que não sabiam do conteúdo do mesmo. Será??? Grande abraço!!!

Sadi Medeiros Ribeiro - 01/06/2011 11h05

Gerson! Achei bastante interessante a crônica que escreveste, condiz com a realidade, a cultura e forma de expressão da população que aqui nesta região predomina. Tendo o texto um toque bem humoristico, chamando a atenção dos leitores a assuntos pitoresco da nossa região. Parabéns não conhecia este seu lado poeta, mais esta qualidade em vc!

Schana Shirley Silva - 01/06/2011 09h39

 

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