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08/03/2011 16h52 - Atualizado em 13/03/2011 22h32

Os sons do silêncio

Ricardo Almeida Ricardo Almeida
Publicitário, Sócio-Diretor de Criação da Soluty Comunicação e Design, Pós-graduado em Marketing.

"(...) você não ouviu o que eu falei? Ah, é que estava passando um carro, sim, um carro, não uma escola de samba."

Hoje, somos platéia passiva de um desfile de carros que espalham seus decibéis pela ruas. Boates ambulantes, nos arrastam a contragosto para suas baladas supostamente democráticas, mas, na verdade, impondo a ditadura do baticum ou do chororô sertanejo. Gêneros musicais à parte, o que se questiona é a idéia preconcebida de que estão prestando um serviço musical. Pior, estes dublês de motoristas e DJ´s desfilam orgulhosos como vencedores antecipados de um campeonato de som automotivo, mesmo com suas caixas de som estouradas e pulsando fora de compasso.

Tenho saudade dos sons do silêncio. Não da música “Sounds of Silence”, de Simon & Garfunkel, pois esta ouço com freqüência. Mas de ambientes que conciliem música e pausa, canção e intervalo, ritmo e breque, batucada e paradinha, fala e audição, ações que formem um diálogo de verdade. Sem gritos e explosões que soam como intimidações sonoras.

E isso não vale apenas para carros, mas para lojas com caixas de som na calçada, para a onipresença do celular em nossas vidas, para a TV eternamente ligada, para a necessidade de sempre estarmos ouvindo ou obrigando alguém a ouvir alguma coisa. Precisamos, sem dúvida, de um gosto musical mais apurado, que nos permita ouvir outros sons, sem preconceito. Mas, muitas vezes, precisamos apenas ouvir os sons do silêncio.

 

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Comentários

morro na Expediconario Weber e fico indignada com esse carro c/som altissimo,as vezes altas horas da noite,parabéns pelo artigo.

Ynes - 18/03/2011 08h37

Para compensar o "broxismo", levantam o que podem nos som.

Anti-magrinhagem - 11/03/2011 20h49

Muito bom o artigo, expressa a indignação de todo o resto da sociedade. Isso se aplica também aos carros de som, que infelizmente tomaram conta de nossas ruas e infernizam nossas vidas.

Ana Paula Knecht - 11/03/2011 08h46

Carros que circulam pelas ruas com som a todo volume, é um enorme desrespeito às pessoas que por aí estão e vivem, que são obrigadas a esutá-los. Isso é uma enorme falta de educação. Por isso existem os concursos de som automotivo, lá sim é o lugar onde todos podem exagerar e curtir uma "suruba" sonora, onde o que vale é ficar surdo.

Odon - 11/03/2011 08h31

Estas pessoas provavelmente gostam de estar sob holofotes.....A música deve pulsar dentro dos corações, arrepiar a pele, provocar uma lágrima.... Impossivel a musica provocal algum sentimento desta maneira irritante... Pelo menos eles poderiam fixar melhor a placa do carro, sempre vibrando no batuque do som..rsrsrsr

Tiovani Durigon - 11/03/2011 07h12

A grande mídia é quem recruta esses deficientes auditivos, com seus rabichos de anúncios, de lançamentos de CDs com duração de 5 segundos, mas a toda hora, nos intervalos comerciais da "famosa" TV!... simplesmente abominável. Parabéns ao autor do texto por comentar um problema que deve ser combatido.

Elias - 11/03/2011 00h30

 

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